sábado, 28 de junho de 2008

... mastigam as pastilhas de boca aberta?

Existem comportamentos sociais muito curiosos, pois são transversais. Ou seja, são completamente independentes do estatuto social e económico, raça, idade, and so on... and so on. O processo de mastigação de um derivado do petróleo com corantes, conservantes e açúcar, é um deles.

Analisando, em primeiro lugar, a questão da idade. Até aos dois... vá, três anos, dou um desconto. Mas só à criança. Não aos pais, pois começarem logo a poluir o(a) miúdo(a) com pastilhas nessa tenra idade... digamos que não é bom sinal. Voltando à criança: esta ainda está a aprender a mastigar, apesar de ser um acto inato e reflexo. Mau controlo dos maxilares, a vontade de querer falar ao mesmo tempo... bem, quiçá mais meia dúzia de argumentos para desculpar este pequeno grupo de indivíduos.

A partir dos três anos... Bem, não encontro razões que justifiquem tal atitude. Pelo menos, que façam sentido. Mas tenho pensado no assunto, podendo surgir algumas explicações plausíveis.

Uma delas, já que está na ordem do dia o aumento desenfreado do preço dos combustíveis, poderá estar relacionada com uma espécie de demonstração de poder por parte de quem a masca. Ora acompanhem o pensamento de tal criatura:

- "Eu sou tão poderoso que até mastigo petróleo!..."

- "Aquilo que tu gastas em gasoile numa viagem de automóvel em direcção ao teu emprego, como eu em três tempos!..."

- "Sou tão rico, que até como petróleo... e até o defeco!..."

E pronto, o deixar a boca aberta, é para que toda a gente, toda a gente mesmo, se aperceba bem do real poder que esta pessoa detém.

Estou sempre preocupado com a saúde das pessoas. Das que convivem comigo, e até do resto. Sou muito bonzinho. Pelo que também me lembrei: será que têm problemas em respirar pelo nariz, tendo a necessidade de se servirem da boca como orifício para inspirar e expirar? No entanto, quando não estão a comer o famigerado alimento, estão de boca bem fechada. Pelo que o meu argumento caiu por terra. Ou então não, caso respirem pelo mesmo orifício que defequem. Se calhar é isso... Bem, parando com a mer***, e seguindo para próxima explicação.

Há muito que se estudam formas consideradas não convencionais de alimentação, pois a fome mundial ameaça atingir níveis verdadeiramente aterradores. Uma dessas formas, será criar uma farinha à base de moscas. Estas seriam procriadas em gigantescos edifícios, sendo depois cozinhada uma farinha a partir das mesmas, após a sua morte. Esta farinha, tem mais 30% de valor nutricional que as actuais farinhas convencionais. Atenção, o que estou a dizer é verdade. Pelo que tive outra lembrança: será que as pessoas, ao mastigarem as pastilhas de boca aberta, não estarão à espera que lhes entre um moscardo, daqueles grandes e verdes florescente, pela boca a dentro, começando já a habituarem-se ao futuro cada vez mais presente? Ou será mesmo pelo gostinho extra a excremento depois do moscardo ter pousado na mer***?! Fica a dúvida…

Mas aqueles que me dão mais gozo, são os que colocam uma postura muito segura e jubilante (acho que esta palavra não existe… mas passa a existir) durante a degustação da chiclete. Aquele sorriso de boca torta... aquele barulhinho sinfónico da saliva a ser apertada entre a pastilha e os dentes... e o temível pensamento:

- "Eu sou muita bom(a)!..."

- "Olha-me pró meu estilo!..."

- "Curte-me lá pá!..."

Esses sim, dão-me gozo, mas metem-me medo ao mesmo tempo. É que eles acham mesmo que estão a fazer algo que lhes coloca a auto-estima em níveis tão elevados, que até parece que ganharam o euro milhões.

E quem anda a desabrochar a boca enquanto manduca pastilhas? Toda a gente. Homem das obras? Sim... Empresário de sucesso? Sim... Aluno que agride professores? Sim... Professores agredidos? Sim... Ladrões? Sim... Polícias? Sim... Francisco Louça? Sim… Paulo Portas? Sim…

Mas ao menos, pessoalmente, posso responder com orgulho: EU NÃO! Quer dizer, mas eu também nem se quer como pastilhas :P.

P.S.: Este texto é dedicado às pastilhas Gorila. Por ventura, possuía o único modelo onde é possível desculpar estar de boca aberta: SUPER GORILA. Quem já as comeu, sabe do que estou a falar :).