quarta-feira, 22 de setembro de 2010

... não se deveriam vender animais?

O ser humano sempre se colocou num pedestal, fantasiando sobre a superioridade perante todas as outras formas de vida. Efectivamente somos diferentes. Mas desiguais da mesma forma que uma flor é diferente de uma abelha. Entre a flor e uma abelha existe uma cumplicidade e necessidade mútua, que não se traduz em superioridade mas sim em complementaridade.

Devíamos nos complementar com o resto da natureza mas… assiste-se a uma guerra de poder onde a nossa capacidade inventiva é também utilizada para destruir. Se nos destruíssemos apenas a nós próprios… seria a nossa escolha. O problema é que prejudicamos injustamente o resto de todo o nosso ecossistema.

Um desses prejuízos é precisamente contra o resto da vida animal. Começando pela destruição dos seus habitats, até à própria captura massiva, as atrocidades são contínuas e milhares de milhões de animais são assassinados todos os anos.

Vender animais? Faz sentido? Faz sentido vender pessoas? A não ser que seja para alimentação, que explicação se pode dar para ter de pagar por um ser vivo? Observar animais em lojas a serem vendidos, faz-me a mesmo de confusão que ver uma loja com pessoas com um preço na testa.

Um ser vivo não pode ser traduzido em valor monetário ou escambo. Colocar um valor para algo que possui vida, é interpretar essa vida como um sendo um objecto para ser usado. E uma vida não se usa, vive-se. Essa existência vivesse pelo próprio ser, e não pela submissão perante outros seres. A venda de seres vivos acaba por representar uma forma de escravidão.

Claro que a venda de animais para consumo alimentar faz sentido. Neste caso, existe um objectivo natural que advém das próprias leis da sobrevivência. Mas, sobreviver não é igual à submissão de poder, que é o que acontece quando se vende um animal para satisfazer caprichos dos seres humanos.

Se todos os países proibissem a venda de animais sem ser para consumo alimentar, tenho confiança que grande percentagem das capturas ilegais de animais acabaria.

Os países desenvolvidos assumem um papel importante não só para partilhar e promover uma consciência de preservação do respeito por todos os seres vivos, mas também na definição e implementação de leis rígidas contra o lucro fácil à custa da vida dos animais. É uma escravidão, uma tortura, uma enorme falta de respeito perante a natureza.

Como é que se mantém a venda de animais quando os canis estão repletos de abandonos? É simplesmente ridículo. É incrível a facilidade como o Homem coloca como primeira prioridade os seus caprichos, e em segundo o respeito pelas mais elementares regras de bom senso pela natureza.