quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

... tanto exagero?

Hoje. Impávido e sereno. Presencio a construção de histórias por um mentiroso compulsivo. Bem, não é totalmente mentiroso pois não o faz com maldade. Apenas se nota claramente que a cada conto acrescenta sempre um ponto. No seu caso, muitos… muitos pontos.

Fico assustado com a convicção com que as pessoas garganteiam historietas, acreditando mesmo nelas próprias. Se alguém roubou mil euros num assalto, afinal foi um milhão. Se morreram dez pessoas num acidente, afinal foram cem. Se viu um cão grande, não tinha um metro, tinha dez.

A lei da multiplicação imaginária é deveras curiosa… especialmente quando este conceito base se coloca em prática para benefício económico. O exemplo perfeito é todo este alarido feito por causa da gripe A. Seria de esperar de organizações independentes de saúde um melhor esclarecimento social do que realmente está em causa. No entanto, o alarmismo popular ganha terreno, assim como toda a economia paralela farmacêutica.

Apenas estou espantado com o facto de ainda não ter surgido nenhum sucesso de belheteira hollyodesco, do tipo: “A-Flut, Total Annihilation”. Sylvester Stallone (as Rambo), Arnold Schwarzenegger (as Terminator), Chuck Norris (simplesmente as Chuck Norris) e Elijah Wood (as Frodo Baggins) conhecem o Rick Moranis (o pai no “Honey, I Shrunk the Kids”), são colocados numa máquina, diminuídos ao máximo, e andam pelos corpos das pessoas a aniquilar o vírus da gripe A. Existe melhor argumento que este? Ah!!! Falta-me escolher a boazona do filme pois se não, não há audiência. Bem, pode ser a Laura Vandervoort (as Boazona).

Está nos genes do ser humano exagerar no vê e sente. É uma forma de sobressair e colher uma satisfação superior no seu exíguo ego. Aquele brilho cintilante aquando exagera… até quase que se compreende, mas era escusado. Quem necessita de desproporcionar para dar importância a algo é porque na realidade não tem aptidão para dar valor às pequenas coisas e momentos que a vida nos propicia.

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