quinta-feira, 21 de maio de 2009

... ser diferente?

Costumo pensar na diferença de duas perspectivas diferentes: a diferença que poderei alcançar em mim próprio; a diferença que as pessoas poderão cativar em mim.

Fica de fora, inicialmente, o que poderei erigir de diferente em mim por alguém. Por um lado, são raras as pessoas que me fazem mudar o que quer que seja. Por outro, se a diferença não começa por nós e é imposta, acabamos sempre por criar uma ilusão para nós e uma mentira para os outros.

A diferença deverá, acima de tudo, ser espontânea. Não deveremos ser diferentes gratuitamente, apenas porque nos dá prazer ser do contra. Nem deveremos ser iguais aos outros, apenas pelo medo de sermos diferentes.

A diferença marca uma igualdade para nós próprios. Ser ou não diferente, não pode representar uma preocupação. Quem é diferente, não deve forçar essa diferença. Quem não é diferente, tem de respeitar a diferença nos outros.

Pessoalmente, adoro a palavra diferença. Estar a escrever sobre ela, poder repeti-la tantas vezes… gosto! Sempre me pareceu que cada pessoa tem capacidade para ter as suas diferenças, representando aquilo que mais ambiciono encontrar em alguém: genuinidade.

Alguém genuíno constitui uma autenticidade humana que coloca qualquer tipo de relação num estado intenso. Conquistar essa genuinidade e pertencer a uma maioria (não ser considerado diferente) ou pertencer a uma minoria (ser considerado diferente), digamos que a pertença deverá ser o pequeno detalhe. O real valor é a capacidade que temos em perceber o que somos individualmente, conquistando o nosso próprio espaço.

Se formos curiosos e vivermos numa permanente onda de questões, facilmente alcançamos uma mente diferente, sem problemas de aceitação da mesma em nós e nos outros. Para além disso, adquirimos também a capacidade para absorver os exemplos de quem nos rodeia. Não só os bons, mas também os maus. Neste caso, o nível de bom senso desempenha um papel fundamental para que o nosso juízo entre o bem e o mal seja equilibrado.

Quando duas pessoas genuínas se encontram… ai sim, consegue-se adquirir uma cumplicidade e legitimidade para que as diferenças surjam como uma influência lúcida. Aprender e evoluir só é possível se conseguirmos ter a humildade necessária para mudar e criar diferenças ao longo da nossa vida.

Eu mudei… e quero mudar mais por ti.

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