Costumo caracterizar a idade como sendo apenas uma métrica utilizada para quantificar o número de órbitas completas em torno do Sol a partir do primeiro dia de nascença. O que realmente importa é a identidade, que não se mede pela quantidade de dias que estamos vivos. Antes fosse…
Existe uma tendência corriqueira de misturar os conceitos de idade, identidade e maturidade. É deveras hilariante presenciar pessoas a partir de certa idade se auto-intitularem de maduros. Parece que a maturidade é a mesma coisa que ser sócio do Benfica e, passado x anos, sermos considerados sócios com direitos adquiridos pelos estatutos do clube.
Na nossa vida, a idade é o estatuto adquirido. A maturidade não. Esta depende da nossa capacidade de aprendizagem, da sensibilidade para absorver o que nos rodeia e conseguir interpretar o respectivo contexto, da nossa abertura para a mudança, assim como, e talvez o mais importante, depende do bom senso.
O que realmente tenho presenciado é que à medida que as pessoas vão avançando nas suas vidas, menos agem para se tornarem maduras, pelo facto de que na prática o ser maduro acaba por ter o argumento inconsequente da idade. Acaba por resultar numa atitude presumida e pouco humilde, lançando sempre o argumento fútil e básico dos anos de vida.
Ignore-se a idade, mas trabalhe-se pela identidade.
Sinta-se a responsabilidade da experiência, aprendendo com os erros e com os maus momentos.
Consiga-se olhar para o espelho, colocando um bonito sorriso, com a confiança que se é melhor hoje do que ontem pois se evoluiu psicologicamente, e não apenas porque mais um dia passou…
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